14.11.09

apetece-me, não agora mais tarde ( tentativa forçada de extender o finado )

Ajo como louco, disassisado ou demente, não agora, sempre, mas talvez no presente com a minuciosidade de conceder algum conteúdo infrutuoso ao meu enchido de letras. Como sempre adormeço com veleidade, como se não o desejasse, ou por mais, houvesse algo que me impedisse de tal acaso em que se tornou tamanho acto natural humano.
Posto isto, apetece-me a horas estas monologar de forma incoerente, desconexa, usando assim vocábulos que nunca daria por costume em diálogos, sendo assim torno este enchido, a pouco e pouco, algo aborrecido de quem apenas quer dormir.
E paz, por favor, e paz.
Paz e, sossego e, tranquilidade. Paz, sossego, tranquilidade e quietação.
Deambulo assim numa arte militar de pouca astúcia, esquecendo-me ou desprovido de táctica alguma para derrotar esse tão deus que de facto se apresenta em todo o santo sítio, essa omnipresente figura de tal forma ubíqua e semelhante a esse retratado no sagrado livro. É tido como certo a minha total confissão de quem ou de que falo eu, mas também poderia ser tido como certo, para o atento, que não passo de monólogo, e por tal não seria sagaz de minha parte dizer-me em tons de surpresa, determinado de fulgor, a razão pela qual falo sozinho, se assim fosse, seria ainda maior a minha demência e a do outro com quem falo, sendo eu também, seria duas vezes mais demente.
E o tempo já lá vai, e eu aqui, esperando um dia, que ele pare, por parar, pare, para viver sem ele por breves momentos, para que realmente se possa viver.

i don't know what to write
i don't know how to write..
i don't know
i didn't know before, and surely
i will never know
i don't know what i want to know
and that makes me sick.
 
Made by Lena