22.11.09

e o tempo passou por mim

não levando nada, não me incomodando, dessa moléstia racional em que me suga diariamente, extorquindo de mim pedaços de vida, pedaços esses que perco conta, do que são do que significaram, dessa toda minha ira que me invoca por dentro, revolucionando-me muito a muito pelo que és, tempo.
Mas não te vi eu, desta vez, não te dei eu essa toda atenção, mimado estavas, porém mimado continuarás, mas por momentos perdi-te no encalço do que posso chamar um devaneio mental do meu pessimismo quotidiano, e nesse espaço de tempo, nessa brecha, num rasgar de uma burca, vivi sem ti, vivi.
E quando dei por mim já tinha passado uma hora.
Essa série ininterrupta de instantes efémeros e eternos, não esteve na minha cabeça, e, consegui. Vivi.
Problema eterno como tu, sempre o serás, porque és o tempo, e contra o tempo, não meteorológico, tudo terei, eternamente como tu serás.
Desta feita, sai vencedor sem troféu.

Continuará estranho falar de algo imaterial, talvez o mais imaterial que existe, como alguém na segunda pessoa singular, mas é isso que tempo representa para mim, paragem obrigatória concedida e eis que te tornaste secundário por remotos instantes da minha vida.
 
Made by Lena